quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Até quando seremos vítimas dos manipuladores de mentes, corações e bolsos?

Agora, talvez, você já esteja consciente que, independente dos canais de consumo que adote, que terá sempre uma pegadinha para lhe subtrair sua grana e transferi-la para os cofres das financeiras e dos bancos.
Se você pensa que existe uma saída natural, sem um grande esforço de sua parte, que implicará uma ruptura com os parâmetros comportamentais convencionais, a resposta clara, que me passa Victor José Hohl, ex-economista do Banco Central, é um sonoro não.
Aquele velho dito popular “se ficar o bicho come, se correr o bicho pega” funciona sempre quando temos a onipresença do Grande Irmão Financeiro, um verdadeiro Bicho Papão de nossas rendas.
Que através de bancos, financeiras, seguradoras e canais coletores de impostos governamentais (os bancos e suas agências) transferem grande parte de nossa renda para os cofres fortes dos bancos ou do governo, na cara dura.
Veja um exemplo que o Victor José Hohl me passou. Somos estimulados a sustentar a indústria automobilista porque gera imensos lucros para as montadoras, para os bancos e para os governos.
Nossos bolsos se transformam na galinha de ovos de ouro enquanto ainda sofremos e pagamos pelos nossos próprios deslocamentos, ao sermos mantidos, em avenidas engarrafadas, em estradas altamente pedagiadas. 
E ao sermos repetidamente multados, em nome da educação no trânsito. Ao pagar por seguros e pela manutenção caríssima de nossos carros.
Não precisa nem fazer as contas para você concluir que grande parte do veículo que você acha que tem foi ou está sendo repassado para o banco ou financeira. 
Caso queira simular a parte (mínima) que te sobra depois de longos anos de financiamento, consulte o site Matemática Didática. Lá você poderá realizar várias simulações com prazos, entradas e juros.
“Os governos evitam investir em transporte público porque teriam que gastar em subsídios com as empresas de ônibus para manter as passagens accessíveis”, afirma Victor José Hohl.
E continua: “E se os ônibus e trens virassem opções reais de deslocamento urbano e interurbano, os respectivos governos perderiam os estrondosos ganhos que têm com os impostos (IPI, IPVA etc), multas, e ainda por cima, perderiam a sólida parceria com os bancos que financiam veículos caríssimos a juros exorbitantes para os cada vez mais empobrecidos e espoliados consumidores”.

Basta!
É possível estancar a sangria. Existem sites que nos ajudam. Como é o caso do Guia de Direitos. Lá você aprenderá que se poupar por determinado número de meses, poderá conseguir financiamentos ainda caros, mas em condições mais favoráveis ao seu bolso.
Mas basta um pouquinho de reflexão para concluirmos que de nada adianta o acesso às informações, se continuamos vítimas dos manipuladores de mentes que nos controlam, a ponto de acharmos que somos obrigados a financiar nossos carros, casas e bens nas condições que nos são impostas pelo Bicho Papão Financeiro.

A saída, onde está a saída?
Em primeiro lugar, temos que aprender como estancar a sangria desatada em nossos bolsos e rendas. Em seguida, aprender a inverter o fluxo de renda e de ganhos para os nossos bolsos.
Existem regras simples, adotadas pelos ricos de todos os matizes, que aprenderam a controlar conscientemente o fluxo de dinheiro para seus bolsos.
Homens e mulheres que ficaram ricos por terem conseguido de um jeito ou de outro, através de acertos e erros, atingir a autoconsciência financeira. 
Que são pessoas simples como você e eu, batalhadoras, mas atentas. E que não se deixam enganar pelos manipuladores de mentes, corações e bolsos a serviço do Grande Irmão Financeiro.
Talvez você esteja disposto a participar dessa radical mudança de hábitos. 
Se tiver, o prêmio compensa. E não será nada mágico. Bastará apenas a aprender a evitar a sangria de suas rendas e, em seguida, assumir atitudes que revertam o fluxo do dinheiro para dentro dos seus bolsos e cofres. 
Como Victor José Hohl nos ensinará a partir dos próximos posts.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Escapar das cavernas do Grande Irmão Financeiro

Mesmo que você nunca tenha ouvido falar ou lido sobre o “Mito da Caverna”, escrito por Platão em “A República”, entre os anos 380 e 370 antes de Cristo, talvez entenda quando descrevermos como o Grande Irmão Financeiro e seus gerentes manipulam nossas percepções para nos manter cegos à autoconsciência financeira ao longo de toda a vida.
Através da manipulação continuada em todos os aspectos de nossa vida produtiva, na nossa confirmação como cidadãos e consumidores, seus agentes e gerentes conseguem nos tornar indiferentes, por absoluta ignorância, às transferências que realizam das nossas rendas para seus cofres, cada vez mais gordos, na forma de juros sobre juros, taxas e tarifas bancárias.
A maioria da humanidade, atualmente, como os escravos que ilustram a história de Platão, está “presa desde a infância no fundo de uma caverna, imobilizada de costas para a entrada e obrigada a olhar sempre a parede em frente”.
Platão
Platão e nós, com ajuda do nosso mentor Victor José Hohl, ex-economista do Banco Central indagamos: “O que se vê nessa parede, então?”
Na versão de “A República”, os habitantes das cavernas, como nós, submetidos às manipulações que nos subtrai a autoconsciência financeira, explicariam as sombras projetadas nas paredes como a reprodução fidedigna da realidade fora da caverna. E viveriam, portanto, toda a sua existência completamente dominados pela ignorância.
“É apoiado nessa ignorância que o Grande Irmão Financeiro se apóia para subtrair e transferir rendas dos nossos bolsos para seus cofres”, nos explica Victor José Hohl.
E cita como exemplo o texto publicado pelo jornal “Valor Econômico”, em 17 de setembro de 2013, com o título “No limite do endividamento”.
O texto culpa da primeira à última linha o correntista, o cidadão e o consumidor por sua situação de endividamento. No destaque da matéria, o alerta: “Diante da economia mais fraca, hora é propícia para reduzir o comprometimento da renda com dívida. E nada melhor do que fazer isso quando se está empregado.”
A valer as lições de sombras financeiras que o texto nos passa, a culpa pelo crédito abundante é do tomador. Ou seja, do cliente, correntista, consumidor e sustentador do sistema financeiro.
Os bancos e seus gerentes, com seus economistas de plantão, com jornalistas nas assessorias de imprensa, com psicólogos e analistas de mercado, com seus softwares e profissionais formados em Análise e Avaliação do Risco de Crédito, nem sequer são mencionados.
A responsabilidade, como o pecado original, recai sobre os consumidores-cidadãos retidos nas cavernas financeiras, portanto sem uma visão ampla de como o Grande Irmão Financeiro, descaradamente, enfia a mão em nossos bolsos.
Que realiza, através de seus gerentes e agentes, transferências de renda em todas as nossas decisões de consumo. Na compra à vista (com juros embutidos) ou a prazo (com juros sobre juros e taxas) quando adquirimos eletrodomésticos, carros ou assinamos crediários de 30 ou 35 anos para a compra do nosso teto.
Mas com a ajuda de Victor José Hohl aprendemos a ler nas entrelinhas dos textos unilaterais a serviço do Grande Irmão Financeiro, como esse publicado no jornal “Valor Econômico”.
O que se pretende é que corramos aos bancos para refinanciar nossas dívidas. Para renegociar, assim, novos financiamentos, com novas taxas de juros, com prazos mais amplos.
E com essa atitude, assumamos, unilateralmente, a responsabilidade pelo crediário que nos foi concedido através da cumplicidade do sistema financeiro, que precisa empresta com um único objetivo: alavancar seus ganhos.
Um dos exercícios imaginados por Platão é soltar no mundo real algum dos escravos das cavernas. Nós, distantes, ainda da autoconsciência financeira, talvez nos confundíssemos, como os escravos libertos, diante dos sinais que captaríamos fora da caverna.
Mas ao comparar nossa situação de culpados a priori pelos créditos que negociamos em condições desiguais com os ganhos dos bancos teremos, com o impacto, um choque de consciência.
Ainda mais se nos lembrarmos que o gerente do banco tem sempre a palavra final e impõe, como faz, os juros e os prazos e pode, até mesmo, negar o financiamento.

Lucros estratosféricos
Os 24 maiores bancos brasileiros, lideraram os ganhos no país entre as 310 principais empresas com ações na Bolsa de Valores. Segundo levantamento da consultoria Economatica, os bancos ganharam, juntos, R$ 17,13 bilhões no 2º trimestre de 2013. Com volume de R$ 5,4 bilhões maior do que no mesmo período do ano anterior (quando tinham lucrado R$ 11,69 bilhões).
De onde vem tanto lucro?
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconomicos) explica, através da Nota Técnica, publicada em abril de 2013, com o título Um novo cenário para o setor financeiro no Brasil:
“Vale ressaltar que, apesar da queda observada, o spread geral da economia brasileira continua extremamente elevado quando comparado ao padrão internacional. Na Argentina, no Chile, no México, na África do Sul, na China, na Rússia, por exemplo, os spreads se situam entre 3 e 4 pontos percentuais ao ano, ante 12,2 p.p. no Brasil.”
Spread bancário é a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo para uma pessoa física ou jurídica.
Somam-se aos ganhos com spread, o arrocho salarial e a redução do número de bancários, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito, a Contec. A entidade que representa os interesses econômicos dos trabalhadores do sistema financeiro mostra que desde 1994, os bancários tiveram perdas salariais que acumulam 42,73%. E que só em 2012, foram eliminadas 10.380 vagas no sistema.
“Vivemos ou não uma época adequada para que assumamos, mesmo com esforço, nossa autoconsciência financeira, e aprender a controlar nossas rendas, duramente conquistadas, fora das cavernas do Grande Irmão Financeiro?”, indaga Victor José Hohl, com sua experiência acumulada em décadas nos labirintos do Banco Central que o ajudou a perceber (e, agora, nos repassar) a autoconsciência financeira.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Grande Irmão Financeiro fatura com nossa “aversão às perdas”

Se a gente pretende mesmo avançar para a Autoconsciência Financeira, me diz Victor José Hohl, devemos nos esforçar para ajudar as pessoas que nos procuram a entender porque Warren Buffett, um dos mais bem sucedidos investidores em ações do mundo, afirma com todas as letras que “diversificação ampla é coisa de investidor que não entende o que está fazendo”.
A partir dessa dica, lá vamos nós, mais uma vez, na grata tarefa de tentar traduzir a convicção de Warren Buffett e aproveitar, assim, mais uma dica de Victor José Hohl.
Que acumulou o que sabe (e se manteve íntegro, a ponto de dividir seu conhecimento com a gente) após mais de duas décadas como profissional concursado no Banco Central do Brasil.
(Abre parênteses – vamos conhecer um pouquinho Victor José Hohl (foto), que é natural de Blumenau, Santa Catarina. Formou-se em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Ciências Contábeis pela mesma universidade. Traz no currículo a pós-graduação em Economia, pela Fundação Getúlio Vargas. 
“Passei em todos os concursos públicos que prestei”, se orgulha. Os resultados estão aí. Foi aprovado nos concurso para Fiscal Arrecadador do Estado de Goiás; no concurso para Fiscal dos Tributos Federais e no concurso para Economista do Banco Central do Brasil, onde ao longo de mais de duas décadas serviu ao governo brasileiro. Sempre preocupado, como diz, em ajudar as instituições públicas a que serviu a se transformar numa correia transmissora de bem-estar para os contribuintes que a sustentam.
Hoje, aos 70 anos, Victor José Hohl assume a plenitude de sua vocação de professor, mestre e de divulgador das realidades financeiras que conhece profundamente: “Quero ajudar as pessoas a buscar a verdadeira educação financeira, que você chama de autoconsciência financeira, para fazer frente às permanentes manipulações que só através da manipulação continuara transfere renda de uma classe média trabalhadora e geradora de riquezas para os cofres das financeiras, corretoras e bancos”, diz. Fecha parênteses)

Warren Buffett
Voltemos, pois, ao desafio proposto por Victor José Hohl e tentemos entender porque Warren Buffett (foto ao lado) condena a diversificação.
Primeiro, o principal ganho das corretoras e bancos vêm das taxas de administração. “Por isso, a maioria condena os investimentos em poupança que dispensa os intermediários”, alerta Victor José.
Ao aconselharem a diversificação, os intermediários mantêm a cenourinha nas expectativas de ganhos dos seus clientes desinformados. “A diversificação é um jogo de soma zero. O que se ganha num ação, perde na outra. E na média fica tudo igual e, na maioria das vezes, perde-se para a inflação, por causa dos impostos, das tarifas e das comissões que são descontadas no resgate”, ensina Victor José Hohl.

Aversão às perdas
Somos induzidos a diversificar nossas aplicações porque os agentes do Grande Irmão Financeiro, que você os conhece através de seus gerentes, corretores ou conselheiros financeiros vinculados às grandes instituições do mercado, já sabiam desde os tempos remotos que a maioria das pessoas tem aversão às perdas. 
E que estão dispostas a pagar para conseguir uma relativa tranquilidade quando se sentem responsáveis pelos eventuais resultados de suas aplicações.

Daniel Kahneman
A “aversão às perdas” foi sistematizada e exposta ao mundo pelos psicólogos israelenses Daniel Kahneman (foto) e Amos Tversky. A descoberta fez tanto sucesso que ele foi o primeiro psicólogo a receber o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos, em 2002.
Conclusões que amadureceram a partir de uma pesquisa com os instrutores de vôo do exército israelense, onde o futuro Prêmio Nobel trabalhava como psicólogo.
Ele descobriu que o desempenho dos pilotos de caça tendia  a regredir sempre ao desempenho médio. Se um piloto registrava um ótimo desempenho em suas três últimas aterrissagens, a probabilidade da próxima ter um desempenho ruim é maior.
E se o profissional registra um desempenho ruim em suas três últimas aterrissagens, a probabilidade da próxima aterrissagem ter um ótimo desempenho é maior.
Daniel Kahneman chamou a atenção para comportamentos que tendem a regredir a sua média, como se existisse uma força propulsora empurrando para a média.
Mas não ficou só nessa descoberta. O psicólogo e Nobel de Economia descobriu também que temos uma aversão ancestral às perdas.
Segundo as descobertas de Daniel Kahneman, as pessoas não têm aversão ao risco e sim à perda. 
As pessoas preferem não sofrer a dor da perda do que o prazer de um ganho equivalente, ou seja, é preferível não perder R$100,00 a ganhar R$100,00. Também assumem riscos quando estão perdendo, mas são totalmente avessos ao risco quando estão ganhando.

Paraíso dos manipuladores
Os manipuladores do Grande Irmão Financeiro já pressentiam essa realidade ancestral de aversão às perdas. E mesmo quando foram expostos pelas constantes análises e artigos em torno do prêmio Nobel de Economia conquistado por Daniel Kahneman em 2002, sabiam que poderiam continuar a apostar (e a ganhar) comissões, tarifas cobradas a título de gerenciamento de nossas aplicações, todas com resultados medianos. E muitas perdendo inclusive para a inflação.
Como publica a Revista Exame de setembro, nas bancas, ao falar do fundo DI Classic, o mais caro do país, do banco Santander, que cobra 5% de taxa de administração. “Em 12 meses, o fundo teve um rendimento líquido de apenas 2,4%, o que corresponde a cerca de 4 milhões de reais, divididos entre 176 mil cotistas. Já o banco recebeu 161 milhões de reais, como resultado da aplicação da taxa de administração sobre o patrimônio.”
“Quer exemplo mais contundente de agentes do Grande Irmão Financeiro ganhando taxas astronômicas para aparentemente proteger as pessoas da aversão ao risco, com resultados que perdem, inclusive, para a inflação”, afirma Victor José Hohl.
Que nos remete a Warren Buffett, quando afirma que “diversificação ampla é coisa de investidor que não entende o que está fazendo”. 
Ou seja, em troca da aversão às perdas, temos nossa renda sistematicamente transferida para os cofres do Grande Irmão Financeiro, que nos subtraem comissões e taxas e nos entregam resultados que muitas vezes perdem para a inflação.
A saída é cuidar, nós mesmos, de nossas finanças. Mas nesse caso precisamos investir, primeiro, em nossa Autoconsciência Financeira. 

domingo, 15 de setembro de 2013

O Grande Irmão Financeiro manipula seu extrato bancário


O meu relacionamento com Victor José Hohl, ex-economista do Banco Central, é sempre tenso e cuidadoso. Primeiro por reconhecer os riscos que o ex-economista do Banco Central assume ao me mostrar os labirintos ardilosamente construídos pelo Grande Irmão Financeiro e seus agentes.
A partir das dicas preciosas, que corajosamente me entrega, meu trabalho é sustentar sua orientação com informações disponíveis, confirmadas e não contestadas pelos agentes do Grande Irmão Financeiro.
Acredite, como o Grande Irmão do livro “1984” de George Orwell, eles estão sempre monitorando qualquer “livre pensar” e, principalmente, “livre agir” que tentamos difundir aqui através da Autoconsciência Financeira.
Porque através das redes sociais, dos blogs e da coragem de alguns estudiosos, aos poucos perceberemos que caem uma a uma as máscaras do Grande Irmão Financeiro. Nos confirmando no caminho da Autoconsciência Financeira, que podemos estancar a sangria desatada e a brutal transferência de renda que o sistema realiza em nossas contas bancárias.
Mas, por enquanto, somos obrigados a uma corrida insana em busca da estabilidade financeira. Pois a maior parte de nossas reservas nos escapam através de juros compostos, taxas e spreads bancários. Vítimas (e algumas vezes cúmplices inocentes) do grande esquema financeiro que se alimenta do nosso próprio dinheiro para nos impor spreads, juros sobre juros e tarifas bancárias. 

Entenda a manipulação
Só após muito debate e troca de ideias tenho a autorização de Victor José Hohl de traduzir suas orientações para você que me lê e que, por uma questão de simples amostragem, deve muito provavelmente pertencer à imensa maioria que tem os bolsos e as rendas violados sistematicamente pelos agentes do Grande Irmão Financeiro.

Stephen Kanitz

Numa das nossas conversas, Victor José Hohl me falou “siga a sabedoria do Stephen Kanitz”. Não precisou falar duas vezes. Tive um contato rápido, num almoço, com  Stephen Kanitz há alguns anos. Ganhei dele o livro “Família acima de tudo”, que ainda mantenho em minha biblioteca.
Pois bem, voltemos a Stephen Kanitz. No seu blog aprendemos como  funciona o “O Engodo do Multiplicador Bancário”.
Com a clareza e simplicidade que o caracterizam, apoiado num currículo de mestre em Administração de Empresas pela Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo, a gente aprende que os bancos emprestam 90% do dinheiro que nós, pobres mortais, somos obrigados a confiar à sua guarda. Dinheiro de nosso salário, poupança e renda dos empreendimentos que tocamos por conta e risco.
Com a palavra Stephen Kanitz: “Você entregava o seu dinheiro, o caixa anotava numa caderneta de depósito e colocava o seu dinheiro, junto com o dos demais clientes, na Caixa Forte do Banco. Aí surgiu uma das grandes descobertas econômicas da época. 90% do dinheiro depositado nunca saía do lugar. A grande movimentação do retira e deposita se concentrava nos 10% de cima do dinheiro.” E completa: “Isto foi visto na época como uma grande oportunidade de lucro extra.”
As conclusões de Stephen Kanitz são confirmadas por Victor José Hohl e por autores como Alexandre Versignassi, no seu livro “Crash”, no capítulo 10, “A física quântica do dinheiro”.
O resumo é o seguinte, de acordo com Stephen Kanitz: “O banqueiro poderia emprestar 90% do dinheiro e cobrar juros. Sem você perceber.”
É o que transforma as nossas rendas em riquezas concentradas dos agentes do Grande Irmão Financeiro. Que se valem de todos os artifícios para nos manipular e manter nossa crença nas suas “expertises de bons cuidadores do nosso dinheiro.”
A ponto de confiarmos neles nossas poupanças, financiamento dos nossos imóveis, aplicações na Bolsa e, pasmem, nossas aposentadorias.
Stephen Kanitz nos alerta com bastante ênfase, mas ainda é apenas uma voz no deserto, que agora, a partir dos esforços de Victor José Hohl, tentamos ampliar com sua ajuda, leitor ou leitora, correntista, aplicador ou investidor sistematicamente enganado.
Fala de novo Stephen Kanitz: “Um banco poderia emprestar assim, 10 vezes o que os depositantes lhe confiaram. Óbvio, para este truque econômico funcionar é preciso mentir, fugir com a ética, e correr um risco bancário enorme, se os depositantes desconfiarem e passarem a retirar não 10% da grana, mas digamos 20% a 30%. Neste caso os Bancos não terão como pagar.”
E, com a mesma coragem de Victor José Hohl, gritamos, em coro com Stephen Kanitz: “Onde está a mentira?”
Está no seu extrato, meu caro. No que lhe é mais sagrado como a garantia de segurança de suas rendas. Como explica Stephen Kanitz, “quando você lê o seu extrato bancário, dizendo que você tem R$ 3.300,00 depositado em sua conta corrente, somente R$ 300,00 está de fato depositado”.
Sistematizou-se o estelionato bancário, onde o seu dinheiro é roubado “temporariamente”, ao longo dos anos, nas barbas dos governos que se tornaram cúmplices do Grande Irmão Financeiro.
Como explicam Stephen Kanitz e Victor José Hohl: dos seus R$ 3.300,00 depositados no banco (qualquer banco), R$ 3 mil estão emprestados, a juros altíssimos (alavancados pelo famoso spread bancário). Portanto, o saldo que o banco lhe envia é uma mentira.
Por isso, concordamos com Stephen Kanitz: “O correto seria pelo menos você receber os juros do seu dinheiro emprestado, ou no máximo cobrar uma comissão, e não contrário. Ainda pagar por um serviço bancário.”
Próximo post -- Serviços bancários, com tarifas contra seus interesses, com spreads e lucros astronômicos, ganhos ao surrupiarem nosso dinheiro e atrapalhando nossa independência financeira. Assunto que cuidaremos no próximo post deste blog. Se os radares dos agentes do Grande Irmão Financeiro não nos localizarem antes.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

As armadilhas de transferência e concentração de renda

O ex-economista do Banco Central, Victor José Hohl, me conta como funciona o covo, a armadilha preferencial dos índios e caiçaras, usada para a pescaria ininterrupta.
“Os índios e os caiçaras brasileiros constroem eles mesmos uma armadilha para peixe conhecida como covo. Se trata de uma armadilha feita de palha, bambu ou nas regiões mais urbanas, de redes de aço dessas usadas em galinheiros”, diz Victor José.
É tão simples o conceito que até mesmo as crianças já desenvolveram um covo construído com garrafas pets. (No pé do texto tem um link para o vídeo).
A teoria que sustenta a eficiência da armadilha é simples. Uma estrutura vazada, permite a passagem da água e mantém uma isca no seu interior. “Possui um buraco que permite o peixe entrar em busca da isca, mas não o deixa sair”, explica Victor José.
É uma armadilha que funciona 24 horas, 7 dias por semana. E de tempos em tempos, o indígena ou o caiçara passa recolhendo os peixes, que continuam ali, presos, mas vivos (e portanto conservados) e prontos para o consumo.
Qualquer semelhança entre o covo e a transferência de renda dos nossos bolsos incautos para os cofres do sistema financeiro não é, absolutamente, coincidência.
Podemos discutir e aprofundar as análises de concentração de renda como faz o portal Viomundo.
Mas nós somos bagrinhos que alimentamos, contra nossa vontade, os covos do Grande Irmão Financeiro. E ao buscarmos a ajuda de Victor José Hohl queremos receitas simples para evitar que continuemos a cair nas armadilhas que nos são colocadas a cada transação comercial.
Seja para comprar um eletrodoméstico, um carro ou uma casa. Somos achacados de maneira persistente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, do primeiro choro ao último suspiro, e quando as análises do portal Viomundo nos mostram que vivemos num Brasil com uma das maiores concentrações de renda do planeta, não nos assustam, pois já sabíamos disso antes.
Basta avaliar o limite da inadimplência a que somos mantidos, depois de décadas trabalhando, para entender que para algum lugar vazaram as riquezas que ajudamos a gerar.
Apenas gostaríamos de buscar uma alternativa para estancar essa sangria desatada de nossos bolsos. E é aí que entram as sugestões, alertas e reflexões que Victor José Hohl nos passa através da Autoconsciência Financeira.

Como funcionam os covos financeiros
Nos viciamos, desde a tenra infância, nas iscas do consumo. A ponto de muitos de nós nos percebermos socialmente humanos através dos bens que possuímos ou pelos serviços que desfrutamos.
Como os peixes, acabamos retidos nas armadilhas das dívidas traduzidas em créditos imobiliários, que consomem vidas inteiras; ou em prestações com juros embutidos, que nos acompanham por anos, e que chegam, em algumas situações, a triplicar o que pagamos por nossos bens.
“Mas diferente dos peixes, o endividamento, muitas vezes fruto de uma tentativa de investimento e de alguma melhoria na vida, é assumido solitariamente”, explica Victor José Hohl.
É essa solidão absoluta que amplia (e confirma) a culpa individual e nos torna impotentes, mesmo quando sabemos que fomos induzidos ao crédito anabolizado com tarifas arbitrárias e juros sobre juros. Nos tornamos culpados assumidos e perdedores no cassino do Grande Irmão Financeiro.
E agora José?
Endividado, prestes a ser abandonado pelos amigos e parentes, você sente a qualidade de vida e os anéis escaparem pelos dedos. Só te resta o poeta Carlos Drummond de Andrade:

“E agora, José?/A festa acabou,/a luz apagou,/o povo sumiu,/a noite esfriou,/e agora, José?/e agora, Você?”

Sim, e agora Você?
Para os banqueiros e financeiras a dívida é tratada sem culpa. Principalmente porque quando é dívida entre os bancos é chamada de “transferências interbancárias de ordens de crédito”.
Numa operação que se repete milhares de vezes, todos os dias, com regras claras, propostas pelos próprios banqueiros e regulamentadas pelo Banco Central.
E se o pior acontece, se algum banco entra em colapso, o Estado é acionado e, de boa vontade, faz jorrar dinheiro público para a proteção do Grande Irmão Financeiro. Como aconteceu no mundo inteiro e no Brasil, em 2008.

Escapar da armadilha
Mas não somos peixes. Felizmente. E temos uma chance real de reagir e mudar nossa situação de vítimas preferenciais do Grande Irmão Financeiro.
Nos lembra Howard Rheingold, autor do livro “Smart Mobs” (“A sabedoria das multidões”, numa tradução livre): “A repentina erupção coordenada da cooperação entre as pessoas precipitou o colapso do comunismo”. E isso numa época e regimes em que a repressão inibia as manifestações individuais ou coletivas.
Mesmo assim, como acontecem em todas as mudanças sociais, a autoconsciência se cristaliza aos poucos até que as multidões vão para as ruas, se posicionam contra o que as oprime e como insiste Elis Regina em “Cartomante”: “Cai o rei de Espadas/Cai o rei de Ouros/Cai o rei de Paus/Cai não fica nada.” Ouça a canção aqui.
Não somos peixes, mas ainda assumimos as culpas pelos créditos que nos foram impostos. Mas aos poucos, damos razão às reflexões e lições que nos passa Victor José Hol, ex-economista do Banco Central.
Através da Autoconsciência Financeira vamos aprender como os milionários se tornam bilionários. Concentrando renda através dos covos que criam ao comandar o fluxo de crédito para seus cofres.
Nos impondo créditos escorchantes e vitalícios apenas por termos ambicionado conquistas como um carro, uma casa, uma roupa boa, itens que nos asseguram a plenitude humana. E pelos quais estamos dispostos a pagar o preço justo.
Ao reagir, interromperemos em grande parte o fluxo do nosso dinheiro para os cofres do Grande Irmão Financeiro. Vamos precisar, claro, da Autoconsciência Financeira.
E não é para ficarmos ricos. Mas para viver em paz com nossas finanças ao aprendermos a gerenciar, de acordo com os nossos interesses, os bens e valores que acumulamos.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A armadilha do financiamento imobiliário


“Uma pessoa com problemas graves de visão, mas sábia, evitará qualquer confronto físico com quem esteja bem das vistas. Do mesmo modo quem tem pleno domínio da visão deve evitar se bater com uma pessoa já treinada com a falta de visão que a convide para um confronto físico em um quarto escuro”, me conta Victor José Hohl, ex-economista do Banco Central que divide com a gente, através desse blog, das palestras e treinamentos, os bastidores do sistema financeiro no Brasil.
Ao aceitar as orientações que nos são “vendidas” pelos gerentes de bancos que tentam substituir a parceria adotada pelos corretores imobiliários nos tornamos cúmplices das aplicações realizadas. E, ao mesmo tempo, suas vítimas preferidas.
Sem estarmos preparados com as reflexões que emergem da autoconsciência financeira, corremos o risco de sermos levados para o quarto escuro dos banqueiros e assumirmos, passivamente, os imensos custos que nos serão impostos através de financiamentos que duram 15, 20, 30 anos.
Com um resultado perverso: com a exaustão da renda de uma vida toda, que será transferida dos nossos incautos bolsos para os cofres dos bancos e financeiras.

Bolha imobiliária
A isca da casa própria faz sentido porque vivemos, no Brasil, sob o domínio do “déficit habitacional” ancestral. Que já impregnou nossa cultura, hábitos e DNA. O déficit habitacional no Brasil é de 5,4 milhões de moradias, de acordo com a Nota Técnica Estimativas do Déficit Habitacional Brasileiro por Municípios, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em maio de 2013.
De um lado o déficit habitacional e do outro a ilusão criada com a suposta queda das taxas dos juros adotados em nossa economia, que apesar das recentes oscilações negativas, ainda são as maiores taxas mundiais.
E no meio está a classe média brasileira ansiosa pela garantia de um teto para chamar de seu. Classe média submetida às manipulações financeiras vigentes que transformam a aquisição da casa num investimento, e que nem sempre é a decisão mais acertada. Especialmente se a compra comprometer o rendimento da família por períodos de 25, 30 ou 35 anos.
Ao combinar a oferta de crédito, sempre de acordo com os interesses unilaterais do sistema financeiro, com o déficit habitacional de 5,4 milhões de moradias, o Brasil experimentou entre 2007 e 2012 uma valorização real (descontada a inflação) de 80% dos imóveis novos, segundo cálculos publicados pela Revista Exame.
Uma valorização excessiva que aponta para uma bolha imobiliária que deve, segundo alguns especialistas em mercado imobiliário, se exaurir entre 2014 e 2015.
De acordo com o professor Robert Shiller, foto ao lado, da Yale University, um dos principais estudiosos do mundo sobre preços de ativos e bolhas, “uma bolha é algo contagiante que nasce da percepção das pessoas que é fácil ganhar dinheiro com algo”.
Em entrevista a João Sandrini, para o Infomoney, Robert Shiller foi taxativo: “A mídia ajuda a criar essas bolhas com textos que sugerem a possibilidade de alta prolongada. Os bancos fazem sua parte concedendo crédito imobiliário para gente que não tem condições de pagar, porque depois eles vão revender esses créditos a investidores na forma de produtos financeiros (esclarecimento nosso: que nos Estados Unidos e na Europa ficaram conhecidos como subprime). Aconteceu nos EUA e acho que está acontecendo no Brasil agora”.
Portanto, se você ainda não incluiu a “autoconsciência financeira” nas suas decisões de investimento, sugerimos que pelo menos acompanhe as simulações que os próprios bancos nos repassam, certos que estão que não compreenderemos, e que devem (ou deveriam) nos servir de alerta máximo.

Simulação
Entre, por favor, no site http://simuladorimobiliario.poupex.com.br/, vinculado ao Banco do Brasil. Terá acesso, portanto, a informações acima de quaisquer suspeitas.
Simulamos um financiamento para um jovem com 31 anos, que acumulou uma poupança de R$ 100 mil, para dar de entrada no imóvel residencial, avaliado em R$ 360 mil.
O mais difícil é você acertar a renda (combinada ou individual) necessária para garantir o crédito. Descobrimos, na nossa simulação que a renda ideal é de R$ 9.950,04.
Com todas essas garantias (a entrada significativa de R$ 100 mil, o emprego estável, uma renda bem acima da média e a vinculação do crédito ao imóvel avaliado em R$ 360 mil), a prestação será fixada, no sistema Price, em R$ 2.487,51. 
Que terá a primeira prestação decomposta da seguinte maneira:
Amortização
R$
116,25
(+)
Juros
R$
2.155,83
(+)
FIA(Fator de Incremento da Prestação)
R$
113,60
(+)
Seguro MIP (Morte ou Invalidez Permante)
R$
44,72
(+)
Seguro DFI (Danos Físicos do Imóvel)
R$
39,60
(+)
IOF (Imposto sobre Operação Financeira)
R$
0,00
(+)
TGC (Tarifa de Gestão de Crédito)
R$
17,50
(+)
Como fizemos a simulação adotando a tabela Price, que mantém as prestações mais ou menos estáveis, mas reajustadas mensalmente através da Taxa Referencial (TR), é possível termos uma ideia de quanto o incauto comprador pagará só de juros ao final de 30 anos.
Basta multiplicar os juros médios mensais de R$ 2.155,83 por 360 meses (30 anos) e concluirá que sua família, filhos, filhas, gatos e cachorros repassarão algo perto de R$ 776.098,80, ao sistema financeiro. 
Ou três vezes o valor da dívida assumida, que era de R$ 260 mil, lembra-se?. Ou mais de duas vezes o valor nominal da residência, de R$ 360 mil.
Você poderá fazer a conta de outra maneira, igualmente assustadora. De cada duas casas financiadas, em parâmetros similares ao que adotamos aqui, uma é transferida para cofres do sistema financeiro.
Hora da poupança
Victor José Hohl na sua tranquila sabedoria de um economista que passou mais de duas décadas nos bastidores do Banco Central nos alerta que a hora é de apostar na poupança. 
Principalmente, por se tratar de uma aplicação sem taxas e controlada por quem investe. “Sem ter que sustentar intermediários”, diz. "É por isso, que muitos analistas financeiros condenam a poupança", nos avisa. 
Quem poupa terá, também, a possibilidade de melhorar suas negociações quando a bolha imobiliária murchar nos próximos dois anos e os preços dos imóveis se ajustarem ao que o investidor já acumulou na poupança.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O papa Francisco e o Grande Irmão Financeiro

Ao aprofundarmos em Autoconsciência Financeira com o apoio irrestrito do ex-economista do Banco Central, Victor José Hohl, literalmente, viajamos por reflexões, que nos vinculam, como marionetes, ao inconsciente coletivo de nossa época.
Um inconsciente coletivo que tem o dinheiro como seu principal símbolo, a ponto de até o Papa Francisco ter condenado a “idolatria do dinheiro” em recente entrevista ao Fantástico, quando da sua visita ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude.
Dinheiro do qual somos marionetes e cúmplices, na sua recriação permanente.
E quando tratamos da Autoconsciência Financeira, na tentativa de otimizar nossa sobrevivência, nossas abstrações coletivas nos remetem novamente ao dinheiro.
E basta um pouco de reflexão para esbarrarmos nas mesmas dificuldades que Santo Agostinho relata em Confissões: “Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei.” 
“O que é, pois, o dinheiro? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei”, repete Victor José Hol, parafraseando Santo Agostinho.
E é desse contato abstrato com o dinheiro, ao mesmo tempo tão fundamental e escorregadio, símbolo de relações sociais, culturais, emocionais e morais, que surgem as dificuldades de assumirmos o controle consciente de nossas finanças.
Daí a necessidade de nos esforçarmos para superar nosso senso comum e atingir um estágio mínimo de sabedoria que nos permita fazer frente, através da Autoconsciência Financeira, às manipulações que nos são impostas pelos gestores a serviço do Grande Irmão Financeiro.
No livro “Desejo Congelado”, o jornalista inglês James Buchan nos ajuda a avançar um pouquinho além de Santo Agostinho e nos ensina que “o dinheiro é nossa maior invenção... a língua que quase todo ser humano fala e compreende”.
Segundo o autor, o dinheiro é desejo congelado, porque a economia monetária conquistou o mundo. Como? O dinheiro oferece a promessa descongelar o ilimitado desejo humano. Sem hesitar em comprar (ao se trocar por) nossos valores mais abstratos como honra, amizade, dever, amor à natureza e orgulho do trabalho.
A ponto de nos tornarmos cúmplices do gerenciamento do dinheiro, tendo pouco ou muito. E sermos obrigados, talvez, a nos redimir dos pecados que cometemos ao nos relacionar com o dinheiro, através de uma das orações mais humanas da Igreja Católica:
“Confesso a Deus Todo-Poderoso/e a vós, irmãos,/que pequei muitas vezes/por pensamentos, palavras,/atos e omissões,/por minha, culpa,/minha máxima culpa”.
Até que o papa Francisco, na sua santidade, humanidade e carisma chega para nos libertar desse pesadelo.
Eis as declarações do Papa Francisco ao repórter Gerson Camarotti, da Globo News:
“Quando recebi um grupo de embaixadores que vieram me apresentar suas credenciais, disse que o mundo atual, em que vivemos, tinha caído na feroz idolatria do dinheiro. E que há uma política mundial, mundial, muito impregnada pelo protagonismo do dinheiro. Quem manda hoje é o dinheiro. Isso significa uma política mundial economicista, sem qualquer controle ético, um economicismo autossuficiente, e que vai arrumando os grupos sociais de acordo com essa conveniência.”
O Santo Padre continua: “O que acontece então? Quando reina este mundo da feroz idolatria do dinheiro, se concentra muito no centro. E as pontas da sociedade, os extremos, são mal atendidos, não são cuidados, e são descartados. Até agora, vimos claramente como se descartam os idosos. Há toda uma filosofia para descartar os idosos. Não servem. Não produzem. Os jovens também não produzem muito. São uma carga que precisa ser formada. O que estamos vendo agora é que a outra ponta, a dos jovens, está em vias de ser descartada.”
E arremata: “Então para sustentar esse modelo político mundial, estamos descartando os extremos. Curiosamente, os que são promessa para o futuro. Porque o futuro quem nos vai dar são os jovens, que seguirão adiante, e os idosos, que precisam transferir sabedoria aos jovens. Descartando os dois, o mundo desaba.”
Autoconsciência Financeira – É daí a necessidade urgente de assumirmos a Autoconsciência Financeira para enfrentar e superar, conscientemente, “esse modelo político mundial”, como define o Papa, a serviço do Grande Irmão Financeiro.

Que nos manipula desde a juventude com a promessa de descongelar nossos desejos. E que exige em troca nossas energias, na melhor fase de nossas vidas produtivas, e depois nos descarta quando idosos.